Um dos grandes nomes do ballet do Rio Grande do Sul e do Brasil segue projetando talentos para o mundo.
A diva da dança Vera Bublitz está em plena atividade e comemora seus 80 anos com uma série de projetos e sonhos. O aniversário no dia 19 de fevereiro vai virar uma festa o ano inteiro para ela e para tantos nomes do ballet que passaram por sua escola e já brilharam (e ainda brilham) nos palcos do Brasil e do mundo. Na agenda, está um happy hour especial no dia 5 de março, encontros com alunos e ex-alunos e viagens internacionais para levar os novos talentos da dança para se aperfeiçoarem e disputarem torneios internacionais na Europa e nos Estados Unidos. A celebração segue até o final do ano com a apresentação do ballet de repertório Quebra-Nozes, com convidados especiais.
Nascida em 19 de fevereiro de 1944, em São Francisco do Sul, em Santa Catarina, Vera Bublitz encontrou a dança muito cedo. Aos 5 anos, começou as aulas de ballet com a russa Albertina Saikowska, uma mestre da dança que seguia a metodologia da lendária professora russa Agripina Vaganova. Aliás, foi essa metodologia que inspirou Vera e a filha Carlla a criarem seu próprio método de ensino, que estimula o desenvolvimento da dança desde a infância, acompanhando o desenvolvimento e a evolução do aprendizado das crianças.
Vera estudou dança até os 16 anos, quando se casou com o ortodontista gaúcho Carlos Bublitz. Foram então morar em Ibirubá, no interior do Rio Grande do Sul. Em 1966, Vera fundou sua primeira escola de ballet na cidade de Cruz Alta, mas em sua rotina sempre ativa também estavam aulas de dança em Ibirubá, onde os sogros viviam, em Panambi e em Ijuí.
Vieram os filhos Nicholas Bublitz e Carlla Bublitz e o amor pela cultura e pela dança foi transmitido para seus descendentes. Nicholas está há mais de 35 anos à frente da Galeria Bublitz, em Porto Alegre, e Carlla seguiu os passos da mãe, desde bebê, quando também participava das aulas de ballet, e hoje é uma das diretoras do Ballet Vera Bubliz e responsável pelo FIDPOA – Festival Internacional de Dança de Porto Alegre. O neto Patrick Bublitz, filho de Carlla, também acompanhou os passos artísticos da família, e hoje além de professor de dança, é ator e um dos diretores da BAM – Bublitz Academia de Musicais. “A família é meu alicerce. Tanto a da casa dos meus pais, quanto a da família que criei. Adoro minha família”, ressalta Vera Bublitz.
Ícones da dança
Vera sempre teve o sonho de trazer grandes nomes da dança para acompanhar seus alunos em apresentações no Brasil. E o primeiro deles foi Fernando Bujones, norte-americano, filho de cubanos, um dos grandes solistas do ballet mundial, que acompanhou as bailarinas do Ballet Vera Bublitz em 1990 no Brasil, em apresentações de ballets de repertório como Romeu e Julieta e Paquita.
Como o nome de Bujones no currículo, Vera Bublitz capitaneou outros ícones da dança para se apresentarem ao lado de seus alunos no Brasil. Em 1995, foi a vez do norte-americano Peter Boal, na época primeiro bailarino do New York City Ballet, subir ao palco no papel de Apollo com as bailarinas do Ballet Vera Bublitz. Depois, vieram ainda nomes como Johan Renvall, do American Ballet; Albert Evans, do New York City Ballet; Nikolaj Hübbe, do Royal Danish Ballet; Brian Nolan, professor e bailarino da Australian Ballet Company; e Valery Collin, solista da Ópera Nacional de Paris, entre outros.
Bailarinas de destaque internacional também se apresentaram ao lado do Ballet Vera Bublitz, entre elas, a gaúcha Nora Esteves, que foi a primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com passagens por companhias francesas de dança; Ana Botafogo, uma das mais reverenciadas bailarinas brasileiras de todos os tempos, e, mais recentemente, a solista do Royal Ballet, Isabela Gasparini, que foi a protagonista no espetáculo Don Quixote, apresentado nos 25 anos do Teatro do Sesi, em 2022.
Vitrine mundial
Se o Ballet Vera Bublitz recebeu grandes nomes internacionais da dança ao longo de sua trajetória, também projetou seus talentos para o mundo – e segue fazendo isso. A pioneira foi Carla Körbes. Foi ela que, aos 14 anos, contracenou com Peter Boal, em uma apresentação como Apollo no Brasil. Depois disso, o próprio Peter recomendou que ela fosse para Nova York se aperfeiçoar na dança. Carla, então, tornou-se aprendiz no New York City Ballet em 1999. Foi ainda primeira bailarina no Pacific Northwest Ballet, depois se tornou a diretora artística associada do LA Dance Project. E agora é professora associada na faculdade de ballet da Escola de Música Jacobs, da Universidade de Indiana.
Alçar talentos da dança do Brasil para o mundo é uma das principais vocações da escola criada por Vera Bublitz em 1966. Além de Carla Körbes, passaram pelo ballet e pelos ensinamentos de Vera e Carlla Bublitz, bailarinos como Norton Fantinel, que atualmente é diretor artístico do Arles Youth Ballet Company, na França; Marta Bayona, do Ballet Nacional Sodre, no Uruguai; e Rejane Duarte, bailarina e professora do Dance Theater of Harlem, no Estados Unidos.
A missão de levar as revelações brasileiras da dança para o exterior continua. No dia 16 de março, Vera Bublitz embarca para Portugal com a bailarina gaúcha Antonella Febernati Algeri, de apenas 9 anos. Talento precoce, Antonella já conquistou o segundo lugar em sua categoria em um festival na Itália e segue para um festival em Faro, e para uma imersão em dança em Leiria, também em Portugal.
A seguir, o próximo roteiro internacional de Vera Bublitz será em abril, na Flórida, nos Estados Unidos, onde Vera vai acompanhar um grupo de bailarinas na disputa do World Ballet Competition. Entre elas, Alicia Prietsch Dresch, que, em 2023, conquistou o primeiro lugar como solista e levou medalha de ouro na competição. “A cada conquista nos enchemos de orgulho por ver esses jovens talentos da dança levando o nome do Ballet Vera Bublitz para os principais palcos do mundo”, admite a incansável diretora.
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Tatiana Csordas
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Na capa: Vera Bublitz – crédito: Raquel Rangel