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O céu não é azul: livro sobre daltonismo expressa sensibilidade e verdade

Avô e neto, daltônicos, escreveram juntos a obra que terá sessão de autógrafos no dia 29, 18h, em Caxias do Sul, junto à Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim

Leonardo Simas Thalheimer, 12, e Odir Simas, 82, são os autores do livro “O céu não é azul”. E eles não estão se referindo, nesse caso, à ilusão de optica quanto à cor azul do céu, refém de fenômenos como dispersão, refração e reflexão da luz. Ambos, avô e neto, são daltônicos e seu livro trata com habilidade e leveza sobre esse tema.

“Eu e meu avô, Dio (eu me refiro a ele de assim porque, quando era pequeno, eu e meu irmão ouvíamos minha vó chamá-lo de Odir e ao repetirmos, ficou Dio, que hoje é um apelido carinhoso) sempre fomos muito próximos – companheiros de férias e de brincadeiras. Ele estava comigo em vários momentos da minha vida, como quando eu aprendi a caminhar, a andar de bicicleta e quando ganhei minha primeira medalha como atleta de natação. Por isso, escrever um livro com ele foi bem fácil”, conta Leonardo.   Odir (Dio) complementa: “o daltonismo nos aproximou ainda mais. Têm coisas que só eu e ele entendemos e rimos disso. O Léo sempre levou essa condição numa boa, nunca se incomodou. Já, pra mim, no meu tempo (quando era mais jovem), sofri muito com os comentários dos curiosos”. Ele descobriu ser daltônico com 30 anos de idade.

Leonardo Simas Thalheimer e Odir Simas – foto Divulgação

Para o avô, o neto ressignificou sua vida. “Eu descobri minha disfunção visual com quatro, cinco anos e vibrei muito quando soube que eu era que nem o Dio. Mas, ele chorou quando soube de mim. Como eu não me importo, afinal, é uma condição genética que não interfere em minha vida, o Dio aprendeu a gostar também e agora, com o livro, ainda mais”, desfia Léo. E o avô consegue até ser bem-humorado: “é importante dizer que o daltônico leva uma vida normal. A não ser que queira ser piloto de avião, daí complica um pouco (risos)”.

Curiosamente, a ideia de escrever o livro não veio de nenhum dos dois e sim, da mãe de Léo/filha de Odir, Daniela, que entrou em contato com uma facilitadora de leitura. Esta, juntou as ideias a princípio digitadas pelo avô e contadas em vídeo pelo neto. Depois de encontrarem uma editora, o livro demorou um ano e meio até ficar pronto. O lançamento foi na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Leonardo já está no instagram com a página @guridaltonico, onde divulga o livro, narra mais histórias, recebe mensagens e responde muitas perguntas. Da rede social, passou-se ao site e ao TikTok. O próximo passo é o canal no Youtube. “Falamos sobre como eu e meu avô vemos o mundo. Queremos ajudar outras pessoas, crianças e adolescentes, em especial, a não terem vergonha”, diz Léo. Odir, que hoje fala sobre daltonismo com muita naturalidade, se emociona ao afirmar que o neto “o transformou”.  E garante estar bem-satisfeito: “plantei várias árvores, tenho duas filhas e três netos e escrevi um livro”. 

Para quem está curioso, o céu para o Leo é roxo. Já o Dio enxerga às vezes cinza, às vezes azul escuro.

Serviço:

Sessão de Autógrafos
Dia: 29 de novembro, sexta-feira
Horário: 18h
Local: Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim, junto à casa da Cultura
Endereço: Rua Doutor Montaury, 1333, Centro

Ficha Técnica:
Livro: O céu não é azul, 2024, 28 páginas, Editora Coralina, Porto Alegre
Autores: Leonardo Simas Thalheimer e Odir Simas
Prefácio: Letícia Wierzchowski, escritora
Ilustrações: Tassiel Melo
Valor: R$ 49,90

Fonte: Lato Sensu

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