Coletivo FAM promove ciclo de formação, atualização e apresentação digital a partir do tema ‘Meu nome morto’
“Quando penso no que já vivi, me parece que fui deixando meus corpos pelos caminhos”. A frase de Clarice Lispector, em Água Viva, dá conta de transformações inerentes à vida humana. A afirmação também parece caber como reflexão para uma discussão mais recente, a que trata do “nome morto”, ou seja, o respeito à escolha dos indivíduos trans em deixar para trás o nome de registro a partir da mudança de gênero. A partir dessa questão, o Coletivo Teatral FAM, selecionado por meio do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas, realizado com recursos da Lei nº 14.017/20, desenvolve o projeto Meu nome morto: oficinas teatrais da reinvenção, que irá trabalhar, na linguagem do teatro, as vivências e as reflexões em torno das transformações, em um ciclo de oficinas on-line que abrange da expressão autoral na dramaturgia. Como resultado do processo, o grupo compartilhará sua pesquisa em um experimento cênico digital, aberto ao público, no dia 19 de junho, às 19h.
A seleção dos participantes, um total de 15 vagas totalmente gratuitas, se dará via google forms, direcionada a artistas profissionais e amadores que se autodeclaram “queer”, mas não se restringindo a esse público. O coletivo destaca que todos os que se sentirem interessados no tema e na oportunidade de vivência teatral são bem-vindos. Inscrições pelo link https://forms.gle/CQVQpkZHXXWGWcGm8 , que também está disponível nas redes sociais (na bio do @coletivofam, Instagram, e na página Coletivo FAM no Facebook), até 16 de maio. Os selecionados serão comunicados por e-mail.
Formado em 2020, o Coletivo FAM dialoga com a literatura em suas propostas teatrais que reúnem o ator e produtor cultural Fábio Schmidt, a artista e ensaiadora Maysa Stedile e a escritora e jornalista Alessandra Rech e estreou com a cena curta Pequeno inventário amoroso, selecionada pelo FAC Digital RS no ano passado.
Programação das oficinas:
Módulo 1: Escrivivências – Escrita, com a jornalista e escritora Alessandra Rech.
Dias 20, 27 e 31 de maio, das 18h30min às 20h30min;
Módulo 2: Recursos cênicos – Teatro feito em casa, com o ator e produtor cultural Fábio Schmidt.
Dias 9, 10 e 11 de junho, das 18h30min às 20h30min.
Módulo 3: Montagem – Construção da cena curta digital, com a artista e ensaiadora Maysa Stedile.
Dias 17 e 18 de junho, das 18h30min às 20h30min e dia 19 de junho das 14h às 16h.
Bônus: bate-papo com a Cia. Espaço em Branco, de Porto Alegre, que desde 2004 trabalha na criação de espetáculos autorais que se ampliam com as linguagens do vídeo, performance, dança e música, produzindo obras com dramaturgia e trilhas sonoras originais que conjugam arte e tecnologia. Dia 15 de junho, 19h.
Experimento cênico digital: 19 de junho, às 19h. O link será disponibilizado nas redes sociais do coletivo na semana de exibição.
Texto: Lu Zanatta – Estratégia Comunicação